sábado, 18 de agosto de 2012

Murilo Mendes - vida e obra

Murilo Mendes  - Vida e Obras


Murilo Monteiro Mendes, filho de Onofre Mendes e Elisa M. de barros Mendes, fez seus primeiros estudos em Juiz de Fora e depois no colégio salesiano de Niterói. Murilo teve dois momentos em sua juventude que marcaram, uma era a passagem do cometa Halley em 1910, e a sua fuga do colégio interno em Niterói para ver no RJ as apresentações do dançarino russo Nijinski, em 1917. O cometa e o bailarino teve uma relação forte para suas revelações poéticas.
Entre os anos de 1924 – 29, seus primeiros poemas foram expostos nas revistas modernistas “Antropofagia” e “Verde”. O poema faz parte da sua segunda geração modernista e seu primeiro livro, “Poemas”, foi publicado em 1930 onde ele ganhou o prêmio Graça Aranha. No mesmo ano já saiu “Bumba-meu-poeta” e em 1933 “História do Brasil”.

Por esta época, conheceu o artista plástico Ismael Nery, que o influenciou muito, levando-o inclusive, a se converter para o catolicismo. Nery morreu em 1934 que deixou Mendes confuso e deprimido. Contudo, já em 1935 publicou com Jorge Lima, “Tempo e Eternidade”, poemas de inspiração católica.
Até 1935, trabalhou com telegrafista e guarda-livros. Em 1936 passou a exercer a função de inspetor do ensino secundário do Distrito Federal e dez anos mais tarde, assumiu o cargo de escrivão da 4° Vara de Familia do DF (então no Rio de Janeiro). Em 1947, casou com Maria da Saudade Cortesão, mas não tiveram filhos.
Escritor fértil com publicações frequentes como: “A Poesia em Pânico” (1937);  "O Visionário" (1941); "As Metamorfoses" (1944); "Mundo Enigma" e "O Discípulo de Emaús" (1945); "Poesia Liberdade" (1947); "Janela do Caos" (1949), na França, numa edição especial com litografias de Francis Picabia; "Contemplação de Ouro Preto" (1954); e, no mesmo ano, também na França, saiu "Office Humain", antologia de poemas traduzidos para o francês.
Passou a residir na Bélgica e na Holanda, entre 1953-56. Se mudou para a Itália em 1957 onde se tornou professor de cultura brasileira na universidade de Roma e depois na Universidade de Pisa. A partir desta época, sua poesia começou a ser traduzida e publicada na Itália, Espanha e também em Portugal.
Em 1968, laçou “A Idade de Serrote, poemas memorialistas. Dois anos mais tarde, “Convergência”. Em 1972 recebeu o prêmio internacional de poesia Etna-Taormina e publicou “Poliedro”. No mesmo ano, veio ao Brasil pela ultima vez e em 1973 saiu “retratos-relâmpagos”.
Murilo Mendes, como podemos perceber, possui obras abundantes mas sem perder a qualidade, é também fascinante. Com imensa liberdade criadora e lírica, arrisca ate o surrealismo. Começou pelo humor da poesia modernista, passando pelo catolicismo, o misticismo, o onírico e mesmo o insólito, sempre mantendo a plasticidade imagética. Ele atingiu uma objetividade que beira os fatos históricos, vistos que apresenta paisagens carregadas de estilhaços e fragmentos da história. Sendo surrealista, precisa ser recomposto pelo leitor para enfim, ser compreendido e querido. 


Postado por Murilo Henrique Donini